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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Post pequeno, só para comunicar que estou de volta à ativa nesse universo modernista da blogosfera! Não sei se por necessidade de verbalizar (ou seria tecladizar) algumas coisas que estão reverberando na caixinha cerebral ou por qualquer outra razão que desconheço. Mas é bom estar de volta! Nos vemos no além da imaginação. 

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Pelo direito de dizer a verdade

“O motorista do Fusca azul, Francisco Noronha, sem tirar o pé do acelerador, reduz da quarta marcha para a terceira, em seguida para a segunda, e, ao girar o volante à esquerda, a roda dianteira bate no canteiro divisor de pista. Sem perder o controle, imediatamente ele gira à direita e segue em direção à calçada oposta. Sobe o meio-fio. Quase atropela um grupo de jovens, que tenta proteção junto ao muro. Ao desviar deles, por sorte, bate com a traseira em um poste na esquina. O Fusca se alinha sobre a calçada da Brasil, com a frente apontada à direita, que está livre para a fuga (...)”.

Essa narrativa constitui o primeiro parágrafo do livro “Rota 66”, do jornalista global Caco Barcellos, e descreve a fuga desesperada de três rapazes de classe média do camburão da Rota Ostensiva Tobias Aguiar, que figurou como um dos mais temidos esquadrões da morte do país. É um início de tirar o fôlego e as linhas que seguem esse recorte são cada vez mais sensacionais, te fazendo querer ‘devorar’ o livro todo em poucas horas. E ele é bom, tanto que valeu ao autor o Prêmio Jabuti na categoria melhor reportagem de 1993. E, além do troféu, o livro rendeu também um exílio ao jornalista que, por causa da matéria, conseguiu a prisão de uma série de policiais bandidos que usavam a farda para cometer crimes brutais contra jovens, na maioria negros trabalhadores honestos e pobres, da cidade de São Paulo.

Gosto desse livro, aliás, acho grandes reportagens como essa, que levou mais de 20 anos para ser concluída, uma das maiores contribuições do jornalismo para a sociedade que espera exatamente isso de nós: a verdade e nada além dela. Contudo, na quinta-feira passada descobri que o Caco Barcellos criou essa sequência de fatos que contam exatamente como se deu a perseguição do Fusca azul pelas ruas de uma zona nobre da capital paulista. A revelação me foi feita pelo pesquisador Juan Domingues durante o Seminário Internacional de Comunicação realizado na PUC de Porto Alegre. Estávamos no mesmo Grupo de Pesquisa sobre estudos de jornalismo e Domingues apresentou sua tese de doutorado onde investiga a ficção do Novo Jornalismo nos livros reportagem do Caco Barcellos e Fernando Morais (que escreveu obras como Olga e Chatô, ambos bons livros).

Segundo Juan, durante uma palestra para estudantes o próprio Caco Barcellos assumiu que inventou o trecho da perseguição usando como base o relato dos policiais e seus conhecimentos como taxista, uma vez que os ocupantes do Fusca foram sumariamente executados e não poderiam descrever qualquer movimento do carro em fuga. Confesso que a revelação me deixou incomodado com a literatura das grandes reportagens. E depois essa inquietação passou também para o jornalismo em si. Vivemos um período de descoberta das novas formas de fazer notícia, a internet tem aberto mundos novos e estendido plataformas inigualáveis de possibilidades de comunicação. Mas até que ponto estamos sabendo como utilizar essa estrutura? E mesmo no jornalismo tradicional impresso: por onde andam os limites da informação isenta, sem intenção velada (ou não) de criação de verdades?

Todos os dias somos bombardeados de noticias na TV, no rádio, nas revistas, jornais, sites e até por SMS no celular. Recebemos toda essa carga, mas aparentemente não temos tempo para digerir esse conteúdo. Está tudo tão superficial que não nos damos conta da necessidade de aprofundar algumas dessas questões, muito pela efemeridade do nosso tempo, um pouco pela baixa qualificação nas redações, um tanto por conta da falta de escrúpulos das pessoas que dominam a informação mesmo. Percebemos que, a cada dia, menos se utiliza da reflexão para entender o que há por trás dos textos dos meios de comunicação, tanto nos escritos quanto nos verbais. E existe também uma diminuição nos atributos dos profissionais que produzem esse material e que, guiados pela pressa e por falsos conceitos, se dão ao direito de determinar quem fala a verdade e em que medida. E comum vermos notícias ganhando amplitude sem a correta averiguação dos fatos, com a versão de apenas um dos lados envolvidos na história. Isso infelizmente deixa de ser jornalismo para virar um marketing de guerrilha, seja ele praticado pela Revista Veja - e sua incansável luta contra a esquerda, ou pelo programa de rádio do locutor populista.

Numa época em que se discute a exigência ou não do diploma de jornalismo, acho importante debater os limites dessa profissão, uma vez que o direito de informar deve ser defendido a qualquer custo, da mesma forma que a obrigação de fazê-lo corretamente e com respeito pelo público precisa e deve ser cotidianamente reafirmado. Uma frase que deveria nortear a todos os repórteres, diplomados ou não, é que deixemos a criatividade apenas para a literatura e foquemos na “verdade não mais que a verdade”. É apenas isso que esperam de nós.

Por uma cultura maiúscula

Rio Negro está de parabéns. Não só pelo aniversário, comemorado hoje, mas pelo incentivo à cultura erudita prestado no último domingo com a apresentação da Orquestra Sinfônica do Paraná - OSP. A cidade, aliás, recorrentemente tem dado força ao estilo, vide a apresentação da dupla de violinistas “Kaiser-Schmidt Gitarren”, realizado dias atrás. Sem contar as já tradicionais audições realizadas pelos alunos da Escola de Música Ana Madalena Bach, das quais tive o prazer de participar tanto como ouvinte quanto como integrante, cantando solo a ária nº 9 de Batien und Bastienne, de Mozart, e, em coro, uma parte da obra La Traviata, de Verdi.

O que quero ressaltar nessa coluna, contudo, é algo que venho debatendo desde 2006 quando afirmo que Riomafra, agora juntando as duas margens do rio, tem público mais que suficiente para esse tipo de evento cultural. Prova disso são as casas lotadas em todas as passagens de orquestras pelas duas cidades, sejam elas experimentais, sinfônicas ou de câmara. Não importa a condição climática nem o local, pois elas sempre agregam seu fiel público para prestigiar e viver essa música. A essas pessoas também pouco interessa qual será o conteúdo das apresentações, sejam elas de chorinho de Ary Barroso, ou tons mais sérios, como a abertura do Idílio de Siegrifid, do compositor alemão Richard Wagner, executado na noite deste dia 13, no princípio da apresentação da OSP no Clube Rionegrense.

Em relação a espaço físico para essas apresentações Mafra leva vantagem sobre Rio Negro por já dispor de um teatro que, embora seja privado, oferece uma estrutura invejável até para grandes cidades. Afinal, o Emacite é destaque reconhecido pela acústica extraordinária alcançada graças ao projeto do engenheiro Rubens Méister, que também foi responsável por construções como o Teatro Guaíra, em Curitiba. O lugar é tão bom que causa constrangimento ver a destruição de suas poltronas pelos vândalos que se disfarçam de espectadores em sessões de filmes exibidos no local. Tenho uma teoria que essa depredação é reflexo do público-alvo obtido pelos péssimos filmes, dublados, que entram em cartaz, mas isso é assunto para outra coluna.

Voltando a existência de apenas uma casa de espetáculos, essa diferença deve acabar em breve se a ideia de um Teatro Municipal, aventada pelo secretário de cultura de Rio Negro, Ayrton Gonçalves Celestino, for concretizada. Segundo ele, a participação maciça dessa parcela considerável de admiradores da ‘boa música’ é parte fundamental do processo de convencimento do Poder Executivo a realizar a construção do referido teatro, que representaria, em minha opinião, um passo importante para uma valorização ainda maior da cultura na região. Referendando a proposta, fizemos nossa parte em bom número.

Porém, não basta ter o teatro e uma plateia lotada. Precisamos pensar em um público cativo educado para cada apresentação. Seria interessante desenvolver projetos voltados a ensinar sobre a música erudita para que as pessoas saibam apreciar essas pérolas tendo um conhecimento de causa maior. É importante que saibamos como funciona uma apresentação, tendo em mente que o silêncio absoluto é importante para a concentração dos músicos e que não devemos aplaudir entre os movimentos de uma mesma música, por exemplo. Da mesma forma, seria bacana a confecção de folders explicativos com um pouco da história dos compositores representados no espetáculo, contando também sobre as escolhas do maestro para a apresentação. Isso tudo é muito simples de se fazer e, se não em folders, por questão de custo, poderia ser feita uma explicação no microfone por um mestre de cerimônias mesmo. Essas medidas deixariam o espetáculo mais interessante para as pessoas que gostam do estilo, pois transformaríamos a plateia de mera espectadora em apreciadora.

E não há como negar que o conhecimento traz um valor diferente à apresentação. Meu amigo João König, por exemplo, gosta quando os músicos executam alguma peça barroca como Bach ou Vivaldi em meio às do período clássico e, na apresentação deste domingo, ficou feliz porque a Orquestra Sinfônica do Paraná finalizou com o Molto Allegro da Sinfonia em Sol Menor nº 41 do Mozart, uma decisão que o agrada. Para entender o que isso significa, seria como pedir Toca Raul (!) e a banda realmente tocar Raul.

Se tivéssemos esse conhecimento prévio, que com certeza seria agregado a cada novo concerto, saberíamos valorizar ainda mais a participação de pessoas como o solista de trompete Heinz Karl Schwebel, um dos maiores instrumentistas do país, internacionalmente conhecido e que já tocou com maestros consagrados como o indiano Zubin Mehta. Schwebel esteve aqui, junto com a OSP, tocando de graça em uma performance que realçou a importância do evento de aniversário da cidade. Por tudo isso novamente parabéns a Rio Negro, 141 anos com propriedade de uma senhora de bom gosto.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Epopeia Paraguaia – parte 2

Antes de qualquer coisa é bom deixar claro que esse texto, como o próprio nome pressupõe, é uma continuação da minha experiência como sacoleiro em Cidade Del Leste. A primeira parte foi publicada nessa mesma coluna na semana passada e está disponível para leitura na internet em meu blog www.meditoerrando.blogspot.com.

Bem, depois da impressão inicial, definitivamente estranha, você começa a se acostumar com o ambiente pouco amigável da cidade. Uma peculiaridade que chama à atenção é que em toda esquina há vendedores de churrasquinho. E o cheiro é bom, diga-se de passagem. Em contrapartida, não há cães e gatos de rua como aqui no Brasil. Curioso né? Será fruto de uma eficaz política sanitária paraguaia? Por via das dúvidas naquele dia almocei no McDonald’s.

Antes das compras fomos trocar dinheiro, pois em dólar americano os preços praticados são melhores que em real e, por incrível que pareça, muitas lojas não aceitam o guarani, que é a moeda oficial do país. Também não aceitam o peso argentino. Explicam que é por conta da falsificação. Existem várias casas de câmbio aglomeradas e, na maioria, há na porta um segurança com cara de poucos amigos armado com uma escopeta calibre 12. A presença desses leões-de-chácara é comum também nas lojas, o que aumenta a ideia de uma terra sem-lei. Dizem que você deve evitar criar qualquer tipo problema porque a polícia daquele lugar é corrupta e normalmente intolerante com os brasileiros. Durante toda a manhã não vi qualquer sinal de confusão.

Como fomos basicamente comprar brinquedos, percorremos vários comércios de departamentos nos quais você fica perdido em meio a tantos produtos. Deve ter sido difícil para vida humana evoluir, no passado, sem tanta coisa. Descobri pelo menos uns 10 novos itens sem os quais não poderemos mais viver nos próximos anos. As grandes lojas são abarrotadas e confusas, mas há uma certa ordem em meio à bagunça. Um detalhe bacana é que muitos comércios desmontam as embalagens dos produtos e te entregam a mercadoria de forma que fique mais fácil o transporte com menor volume, isso é muito importante para um sacoleiro. Fiquei espantando com o que fizeram com um urso gigante ao o embalarem à vácuo.

Quando aceitei o convite estava preocupado com o calor na fronteira e nem imaginei que acabaria passando frio na volta. Tudo graças à tempestade de granizo que caiu no meio da manhã e que tenho uma leve desconfiança que só aconteceu pelo meu azar, que não é pouco (às vezes acho que Murphy mora sentado na minha nuca e passa os dias batucando na minha cabeça). A cidade, que já é caótica com tempo bom, piorou. Vi pelo menos três batidas de carro. Revoltante é ver as pessoas aproveitarem a chuva para jogar na sarjeta o lixo que está na calçada. Usam a água para se livrarem de plásticos e papeis fazendo assim a limpeza de suas banquinhas, um gesto egoísta e burro, porque os poucos bueiros estavam todos entupidos fazendo um refluxo de água suja de volta à rua. Fiquei curioso de perguntar se estavam preocupados com o destino final do lixo, mas creio que eles não estão. Em meio à tempestade tivemos que correr com as malas para o ônibus, parado em um estacionamento próximo ao centro comercial. O medo de ser atropelado é recorrente, mas você tem que buscar seu espaço em meio aos carros. É comum pegar uns carregadores para ajudar a levar as muambas e aliviar um pouco o peso.

Compras feitas e todo molhado voltamos à nossa condução para retornar ao Brasil. Como estava todo molhado, tive que trocar de roupas na própria poltrona porque há uma lei que proíbe a abertura do banheiro em território paraguaio e não vale a pena esperar pela travessia, que pode durar horas dependendo do movimento. No nosso caso até que foi rápida, coisa de uma hora. É impressionante o ar de preocupação que toma conta dos sacoleiros na passagem pela alfândega, pois a maioria ultrapassa a cota de 300 dólares e traz produtos em grande quantidade, o que não é permitido. Para evitar desconfiança da fiscalização é pedido que as pessoas não fiquem andando dentro do ônibus durante o cruzamento, pois isso poderia ser entendido como uma tentativa de esconder mercadorias ilegais o que chama à atenção dos fiscais. Nós fomos parados, mas não chegamos a ser revistados, o que pareceu um alívio para muitos ali dentro. Para mim o alívio só veio mesmo no desembarque em Mafra, esse é o tipo de viagem de duas alegrias: uma quando você chega no lado de lá da fronteira e outra quando põe os pés de volta na soleira da porta de casa. Mas, para pessoas descompromissadas com o negócio, como eu, a viagem vale pela brincadeira e para matar curiosidade. Me rendeu duas boas colunas, acho que saí no lucro!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Colunas de Jornal

A partir deste mês, semanalmente postarei aqui os textos que assino no jornal O Norte. Serão colunas diversas, sem um rigor de estilo ou tema, mas leve, como deve ser o exercício do pensamento livre de amarras. Espero que gostem, essa é uma nova fase desse blog.

Epopeia Paraguaia

Existe uma vertente do jornalismo que é chamada de gonzo. Seu princípio é abandonar a objetividade e a seriedade do jornalismo tradicional, deixando a parcialidade da imersão do repórter tomar conta do texto, normalmente mais voltado à literatura que ao periodismo. O estilo foi criado nos EUA (sempre eles) pelo jornalista Hunter S. Thompson que, entre vários textos tresloucados, escreveu o genial “Medo e Delírio em Las Vegas”, lançado no Brasil como livro em 1984 pela editora Anima e que virou filme em 1998. Por aqui a obra “Henfil na China – antes da Coca-cola”, do cartunista Henfil, é um perfeito exemplo do estilo.

Ensaiei algumas experiências gonzo durante o tempo que passei trabalhando em navio e mantive um blog na internet (www.meditoerrando.blogspot.com). Dessas tentativas resultaram alguns textos bacanas como o dia que não vi o Grande Prêmio de F1 de Mônaco e a decepção que tive com os “corpos petrificados” pelo Vulcão Vesúvio no sítio arqueológico de Pompeia, na Itália. Mas há tempos que não tinha oportunidade de fazer uma matéria com ponto de vista interno. Período que durou até o último final de semana quando recebi o convite dum amigo, dono de uma loja de produtos importados, para acompanhá-lo ao Paraguai fazer umas compras para o Natal. Embarquei na viagem com expectativa de contar minha experiência como sacoleiro, algo que farei em dois capítulos para não ficar muito maçante e também pela limitação de espaço.

Pegamos o ônibus na sexta-feira, com mais de uma hora de atraso, no trevo da BR-280 em Mafra. Fazíamos parte de uma caravana de veículos lotados de passageiros divididos em experientes, inexperientes e curiosos, nesse último caso, eu. A viagem é longa, mais de 10 horas, mas não chega a ser cansativa na ida, pelo menos não se você tem Rivotril na mala. Existe uma certa tensão no ar por conta dos assaltos que ocorrem na estrada aos ônibus de excursão o que, felizmente, não nos ocorreu. Apesar dos detestáveis filmes de pseudo-comédia colocados no DVD pelo nosso guia, que chegou ao cúmulo de, na volta, tocar um show de Jorge & Matheus, consegui dormir. Aliás, conforto não é o forte desse tipo de viagem. Nossa primeira e única parada antes do Paraguai foi em Santa Tereza do Oeste, em um posto de gasolina de aparência duvidosa onde descemos para usar o banheiro e comprar algo na lanchonete. Impressionantemente às cinco da manhã já havia um torneio de sinuca no local e o prêmio era um leitão inteiro que estava pendurado ao lado da mesa de fichas (morto, óbvio). Na verdade, acho que presenciamos o final do torneio, uma visão tarantinesca, pois, além de uns bêbados concentrados na disputa, havia também algumas prostitutas oferecendo serviços aos jogadores e plateia.

Chegamos ao Paraguai às sete horas. A Cidade Del Leste é suja e, com a pouca luz da manhã nublada, é pouco amigável. Lembra bem os filmes do Van Damme passados em Bancoc no início dos anos 90. O comércio abre cedo, por volta das 6h, e nesse horário já existem muitas pessoas nas ruas com disponibilidade para tudo: alguns para carregar malas, outros fazendo serviço de guia para te levar às “melhores lojas” por uns trocados e alguns para te assaltar também, por que não? Os nativos só falam entre si em guarani, uma forma de preservar o teor das conversas que te irrita quando você está negociando com eles. Algo perfeitamente desnecessário porque o seu espanhol é tão incompreensível quanto o próprio guarani. A Vânia, uma simpática vendedora que me atendeu, explicou que o idioma é mais comum entre a parcela mais pobre da sociedade, que mantém mais a tradição da língua dos antepassados. Ela mesma disse que falava muito pouco de guarani, mas entendia quase tudo. Seu português, contudo, era exemplar. Os paraguaios dessa região de fronteira, aliás, falam muito bem a nossa língua o que facilita, em muito, a vida dos sacoleiros.

Passadas as impressões iniciais fomos às compras, porém, como já comentei acima, a continuação da minha epopeia paraguaia acontecerá na próxima coluna porque muita coisa naquele lugar é peculiar e chama a atenção, algo que não conseguiria contar em uma edição. Resumir histórias, afirmo, não é minha especialidade. Continuo na próxima semana.